Você já foi à Bahia?
Pode ser para bem perto. Ou do outro lado do mundo. Pouco importa. Nunca volto do mesmo tamanho que parti. Na bagagem sempre trago recordações. No coração fica o para sempre do que vivi. Senti.
Ser turista na minha terra teve sabor de dendê. Cheiro de água salgada. O sotaque – que mais parece melodia – foi a trilha perfeita. Meus olhos brilharam como se visse toda essa beleza pela primeira vez. E não é que foi mesmo?
A primeira vez que, pelos olhos deles – amigos queridos que não entrego de bandeja – eu redescobri meu lugar. Por eles, eu me vi encantada. Apaixonada por uma cidade que me deu régua e compasso. A menina baiana tatuada na pele tem o coração preenchido de sol e gratidão por sentir pelo outro e através dele.
O farol da Barra brilhou como nunca. Ou era a luz do sol que só se vê na Bahia? Na dúvida, fico com os dois.
Gal cantou que o amor é azulzinho. A cor do mar neste dia era a tradução perfeita desta poesia. Os pescadores do Rio Vermelho já haviam jogado suas redes ao mar. Mas a senhora Iemanjá fez as honras da casa. Quem é de paz sempre pode entrar.
Era sexta-feira. Dia de Oxalá. Veste-se branco. Sobre-se a colina sagrada. Deixa a fé te guiar. A água que lava as escadarias é a mesma que lava os olhos de dentro para fora. Melhor nem tentar explicar, meu amigo. Deixa estar.
Ruas de pedra. Casas coloridas. Em cada canto uma surpresa. Portas estreitas que se abrem para uma imensidão de beleza.
A chuva fina veio abençoar. Não temos pressa. Que seja devagar. As horas passam. Mas a vontade é de ficar. Ficamos. Estamos. Saímos da Bahia. Mas a Bahia não saiu de nós. Ainda bem.
Você já foi à Bahia, nega? Não? Então vá.
Um abraço,
Mariuche Ismerim
CEO | HOYO Brand